CONFISSÕES: Previsões televisivas (não-astrais)

Venho a público dizer-lhes que previ algo. Isso foi no início do ano, mas somente agora lhes digo o que aconteceu.

Minha previsão era: "em 2014, cada uma das quatro maiores redes de televisão do Brasil (Globo, Band, Record e SBT) sofrerá um grande baque."

Pois bem. Chegava o 1º dia fatídico do ano por mim previsto: 5 de abril de 2014. Exatamente neste dia, estava assistindo a programação da manhã da Rede Globo e surge um plantão dizendo que morrera o talentosíssimo José Wilker. Sofrera um infarto fulminante enquanto dormia, segundo a Wikipédia, fonte que consulto para tais eventualidades. Não obstante, a Globo logo fez-lhe homenagem, exibindo na Tela Quente em 7 de abril o filme "Giovanni Improtta", que seria exibido apenas em meados de 2015, mas foi adiantado por motivo de força maior.

A época de baques que começou com a Globo logo atraiu as atenções para a Band. Eis o 2º dia fatídico: 19 de abril de 2014. No dia, eu assistia algo aleatório quando mudei para o canal da TV Tarobá, afiliada da Band aqui em Cascavel-PR. Mais um plantão, este para anunciar o falecimento de Luciano do Valle. Disseram que ele havia passado mal dentro do avião que o levava para o município mineiro de Uberlândia, aonde ele iria narrar o jogo entre Atlético-MG x Corinthians pela rodada inicial do Campeonato Brasileiro de Futebol. Fizeram a melhor homenagem que ele poderia receber no momento: rebatizaram o "Parque do Sabiá" como "Estádio Municipal Luciano do Valle".

O baque seguinte teve o mesmo ramo atingido na Rede Record. No 3º dia fatídico, 31 de maio de 2014, haviam anunciado a morte do também narrador esportivo Maurício Torres. A Globo (emissora onde este havia trabalhado antes), em seus principais telejornais, esqueceu-se dele, que fora homenageado no Esporte Espetacular e nas transmissões futebolísticas.

O último baque, por sinal o mais recente e de mais homenagens, foi o que sofreu o SBT. O 4º e último dia fatídico do ano era 28 de novembro de 2014. Não, não morreu ninguém de dentro do SBT. Me refiro ao criador do produto estrangeiro de maior audiência da casa (vide "Chaves"): Roberto Gómez Bolaños. Fui surpreendido com a notícia ao acessar o site da Folha de São Paulo onde trabalho. E o SBT não deixou de fazer homenagem em todos os programas possíveis que a emissora pôde realizar, todos ao vivo, cobrindo o velório de Bolaños no Estádio Azteca.

E eu faço mais uma previsão para a TV brasileira. Se em 2014 as quatro grandes emissoras sofreram um baque cada uma, preparem-se: 2015 vai ser o ano em que as programações das mesmas serão de recordes de audiência, tanto positivos quanto negativos. Isso causará demissões e mais cortes de gastos.

Em breve, a época de fogo da TV nacional.

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