O novo lema do governo: "Bolsonaro acima de tudo e todos"

Antes de descer o cacete em quem está merecendo levá-lo esta semana (embora ele não goste muito), quero reafirmar aos navegantes: não sou da esquerda e nem da direita. Sou mais patriota que o Bolsonaro e não preciso puxar saco de político para sê-lo. Ponto. Agora sim vamos ao artigo. Mais uma vez, agradeço ao RD1 por ter feito a notícia.
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Um leão cercado por hienas. Era basicamente isso que um vídeo que o Excelentíssimo Genocida da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, havia postado certa feita em sua conta pessoal no Twitter. Explicou, porém, que ele era o leão e que as hienas eram seus adversários: a esquerda (PT, PSOL, PCB, PCdoB, PSTU, PCO, CUT, Lula Livre, Força Sindical, a Venezuela, a Bolívia, o Peru, o Equador),  o PSDB, o PSL pelo qual ele foi eleito, a Lei Rouanet, a Globo, a revista Veja, o jornal O Estado de S. Paulo, a rede Jovem Pan, a Argentina, o Chile, o STF, a OAB e, pasmem, a ONU.

A princípio, eu não ia fazer esta crítica, mas até nós, brasileiros isentos, sensatos e verdadeiramente patriotas, fomos atacados pelo patriota-pinóquio que deixou o poder subir à cabeça, como todos os demais.

No fim do mesmo vídeo, ele era celebrado como conservador patriota. "Vamos apoiar o nosso Presidente até o fim e não atacá-lo. Já tem a oposição para fazer isso. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Só há um pequeno inconveniente: conservador não é patriota. Se fosse, Bolsonaro ficaria de boca fechada e trabalharia como o presidente que deveria ser.

Porém, com a covardia que geralmente não demonstra, ele excluiu o vídeo sem mais nem menos. Por quê? Por que muita gente achou que fosse "Carluxo", um dos seus filhos preferidos, o indivíduo que postou tal patacoada? Duvido muito. Se fosse por esse critério, poderíamos afirmar que Carlos é o único "bolsominion" que segue de fato a cartilha do pai, assim como Gleisi Hoffmann é a única "petralha" que segue a cartilha de Lula, seu padrasto político.

E não é só: o capitão caverna teve vários reveses através das eleições latinoamericanas que foram realizadas nesse mês de outubro que se finda. A mais recente: Alberto Fernández, que não poupou críticas a Maduro mas se tornou rival de Bolsonaro porque Bolsonaro quis, foi eleito presidente argentino no domingo 27.

A outra foi o roubo descarado na apuração da Bolívia, na qual Carlos Mesa e Evo Morales deveriam disputar o 2º turno das eleições. Mas a corte ligada ao ditador boliviano instalou a confusão ao dizer que, devido à diferença de 10 pontos percentuais de Evo para Mesa, a eleição estava decidida e o ditador se perpetuaria por mais tempo. Caso parecido com o da Venezuela, não concordam?

Mas há que se frisar: não é a gente que rivaliza com Bolsonaro, é ele quem escolhe os rivais. Por exemplo: quando Emmanuel Macron e Angela Merkel quiseram ajudar o Brasil a se livrar do incêndio amazônico, mandando uma quantia astronômica pra cá, Bolsonaro simplesmente não aceitou porque os dois "são da esquerda". Isso é patriotismo? Não, é idiotice.

Quando Sebastián Piñera, apesar de ser da mesma posição do presidente brasileiro, resolveu deixar claro que Augusto Pinochet foi o ditador mais sanguinário da América Latina depois que Bolsonaro disse que ele foi o salvador da pátria matando até o pai de Michelle Bachelet, hoje na ONU, Bolsonaro simplesmente achou que Piñera se bandeou pra esquerdaIsso é patriotismo? Não, é vaidade.

Quando Eduardo Bolsonaro, o outro favorito do capitão caverna, foi escolhido pelo próprio pai pra ser embaixador e muita gente o criticou, Eduardo decidiu ficar no país pra ocupar a liderança do PSL, que o frouxo do Delegado Valdir deixou de bandejaIsso é patriotismo? Não, é proteção pessoal.

Se levarmos em conta que Bolsonaro tem como real e único aliado o presidente americano Donald Trump, tão vaidoso e protecionista quanto, e que ele acha que o resto do mundo é comunista (a China que ele mesmo visitou é comunista de fato), o lema do governo não deveria ser "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos". Afinal, Bolsonaro está se achando Deus. Só que o verdadeiro Deus de Israel, ao contrário do nosso presidente, sabe o que faz e faz tudo corretamente.

Por isso, creio que o novo lema do governo seja mesmo este: "Bolsonaro acima de tudo e de todos". Para nós, povo brasileiro, sensato, sem partido e verdadeiramente patriota, há duas soluções pra esta crise político-econômica:
  1. Bolsonaro sai do país com sua corja, já que os lobos esquerdistas conseguiram tirar o Lula da cadeia. Mas vai chegar a hora em que toda a esquerda vá para a cadeia, enquanto a direita não saberá o que fazer sem seu patriarca.
  2. Bolsonaro vai para a cadeia e passará a dividir cela com Lula, que para lá deve voltar, enquanto esquerda e direita finalmente se unem em torno de uma única causa: tirar seus líderes da prisão.
E nessas duas vias de escape está a real solução: é aí que o povo civil e sem posição política, com ajuda e apoio incondicional das Forças Armadas, deve se unir em torno da nação. Tudo para que o nosso país realmente cresça e saia do atraso, que começou de fato com o descobrimento da nossa nação, que embora muitos neguem, foi fundada por Portugal. O Brasil é como descrevia o saudoso Chico Anysio: "Nós não somos um país, somos um erro de português".