O Tribunal (que faz) de Contas

O procurador ia processar, desistiu e vai processar o Moro. Entenderam?

A gente sabe perfeitamente a quem interessa a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), um órgão totalmente público, sobre contas privadas de certo ex-juiz e ex-ministro do governo do genocida que recém se tornou pré-candidato. Mas vou chegar nessa parte ainda neste artigo.

Antes, vou dar um resumão dos fatos: o TeuCU (vou chamá-lo assim pela forma que estão emporcalhando a campanha eleitoral), que recentemente empossou como um de seus membros o ex-governador e ex-senador por Minas Gerais Antonio Anastasia, recebeu uma denúncia do subprocurador-geral do Ministério Público Lucas Furtado, dizendo que o pré-candidato Sérgio Fernando Moro estaria praticando crime de sonegação fiscal e que, portanto, seria de bom tom indisponibilizar os bens do mesmo. A denúncia foi abraçada pelo ministro do TeuCU, Bruno Dantas.

Do que se trata? Ora, a denúncia envolve valores recebidos por Moro devido aos serviços prestados pelo mesmo a uma empresa privada, a Alvarez & Marsal, que é responsável pela administração judicial de empresas condenadas pela Lava-Jato (dentre as quais a Odebrecht), serviços dos quais ele já prestou contas em live realizada no canal do pré-candidato ao Governo de São Paulo, Arthur do Val, ou "Mamãefalei", como queiram. E entre esses serviços, a quem interessar possa, não estava se envolver diretamente com as empresas que a Alvarez & Marsal tem administrado judicialmente até aqui.

Mas o subprocurador-geral, que pelo visto adora procurar chifre em cabeça de cavalo, não se conformou e exige que se investigue o pré-candidato devido a suposta inconsistência dos documentos comprobatórios apresentados na live. Como diz o (ou a) Mikami, usuário(a) do YouTube, é tipo assim: "O fato de Moro ter mostrado os contratos não significa que ele não tem um desmanche de carro ilegal no Paraguai". Tanto Furtado quanto a oposição idiota alegam que Moro recebeu R$ 3,6 milhões só nesses trabalhos com a Alvarez & Marsal. Moro processará (e merecidamente) o caçador de unicórnios do MP do TeuCU, assim como já o fez o também pré-candidato à presidência, o senador sergipano Alessandro Vieira (Cidadania).

Agora, vamos lá: a quem interessa a queda de Moro antes da campanha pegar fogo de fato? A resposta tá mais na cara que o vosso nariz, querido leitor: a investigação contra Moro interessa a Lula, Bolsonaro e Ciro. Simples assim. O medo dos três principais opositores do progresso da nação... ou melhor, o medo dos três principais candidatos à continuação da exploração do povo brasileiro é mofar atrás de celas frias junto aos bandidos que, perto deles, não são tão bandidos assim.

Não se justificaria toda uma movimentação suja e canalha do sistema se o 3º colocado nas pesquisas fosse alguém igual a eles, tipo João Doria, por exemplo. Doria tem comprado prefeitos do Podemos, partido de Moro, para defenestrar Moro e reforçar a sua combalida campanha ao Planalto, que morreu já no nascedouro, tendo em vista que o ex-prefeito da capital paulista e ex-governador do Estado de São Paulo (sim, ex-governador, pois abandonou o estado já em 2021, pensando em Brasília) não goza de excelente popularidade, apesar de ser um dos poucos governadores a se voltar contra Bolsonaro e apoiar publicamente as vacinas contra a COVID-19. E no caso dele, não adianta dizer nada sobre as pesquisas: os 2% que ele tem agora serão os mesmos 2% em março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro, e podem diminuir nas urnas.

Agora, a perseguição a Moro (é perseguição, sim, e quem disser o contrário não tem um pingo de credibilidade) é mais que justificável. O que interessa à esquerda (Lula e Ciro), mesmo brigando entre si, é Bolsonaro. Sim, meus amigos. Lula e Ciro se fagocitam, mesmo trocando farpasO que interessa ao Excelentíssimo Genocida da República Federativa do Brasil é Lula ou Ciro. O que interessa aos três é se livrar de todos os processos contra si (muitos deles involucrados diretamente na saudosa Lava-Jato) e continuar o plano de derrubar a candidatura de Moro, plano este que foi interrompido bruscamente em 2020, quando ele fechou com a Alvarez & Marsal.
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Antes que qualquer desavisado venha me criticar, repito: não voto em Moro. Pelo menos não enquanto ele continuar insistindo num marqueteiro comunista (que já fez campanhas para Lula, Dilma e Alberto Fernández, na Argentina) e num guru que tem muito potencial pra ser um Paulo Guedes 3.0 Turbo (Pastore). O MBL todo se filiou ao Podemos, não custa o Moro ter sua campanha coordenada por eles.