Como uma acusação fake e a prática porca do jornalismo falso podem ter acabado com a carreira de um humorista
Os "jornalistas" destacados para a matéria simplesmente cagaram pros dois lados da notícia e publicaram apenas o conteúdo que corria, até então, em segredo de justiça. E sim, "jornalistas" entre aspas mesmo, porque basta uma pequena pesquisa no próprio G1 para identificar que, ao que tudo indica, a ordem dada aos jornalistas foi a seguinte:
- Ah, um humorista aí da concorrência (que sempre ganha da gente) foi acusado de crime grave. Publiquem que ele foi condenado em segunda instância. Ah, ele foi absolvido no primeiro julgamento? Foda-se! Se vier uma notinha dos advogados falando sobre isso, falem, mas vocês mesmos não precisam falar. Ah, sim... se acaso ele ou a família dele, ou até a filha dele vierem a defendê-lo publicamente, não publiquem a resposta, sim? Pode ser? Vamos botar pra foder!
Percebam, nos trechos destacados, que o G1, há seis dias, publicou apenas a condenação do humorista. Não há quaisquer trechos dos reels postados pela esposa e pela filha mais velha, ou sequer uma citação ao seu vídeo de desculpas públicas postado em suas próprias redes sociais, ou até mesmo uma revolta de outra filha do humorista pelos boatos causados pela mulher com quem Cris teve uma filha e, há quatro anos, tenta destruir sua reputação. Aliás, basta outra rápida pesquisa, agora no Google, pra identificar que todos os outros portais publicaram as defesas citadas, menos o G1.
E mais: no post do Instagram da colunista Fábia Oliveira que trata sobre as filhas do humorista terem falado sobre o caso (até a Fábia Oliveira publicou e o G1 não), uma mulher disse: "O que achei estranho é que ele teve uma filha com essa mulher, ele assumiu, mas não tinha contato pelo que vi e em outra reportagem. A mãe foi atrás para que houvesse esse contato e, assim que isso aconteceu, surgiu toda essa situação complicada. Fica estranho… primeiro buscar o encontro e depois vir com isso. Parece até algo planejado. Só acho". Mulher esta que, há quatro anos, tenta (e conseguiu de certa forma com boatos como esse) destruir a carreira de Cris Pereira.
E aí eu lhes pergunto: o G1, que é o G1, do Grupo Globo, foi atrás dessa informação? Óbvio que não! Gente, falar a verdade sobre a falta de escrúpulos do jornalismo do Grupo Globo não significa ser de esquerda ou extrema-direita. Significa ser leal à verdade e aos princípios que certos jornalistas dizem seguir, mas não praticam. São identitaristas, que, levando em conta todo o poderio bélico que têm, sob a guarda de um dos maiores grupos empresariais do país, jogam contra a opinião pública aqueles aos quais odeiam, deixando-os sem defesa em seu próprio portal.
Não adianta nada vir com reportagenzinha sobre televisão enfocando os executivos de outras emissoras e afagá-los com respeito em programas de auditório, que, na primeira oportunidade que têm, os urubus de seu jornalismo vão transformar quem quer que seja em carniça. Principalmente se esta carniça é parte de um dos raros programas que tiram muitos pontos da Globo na faixa nobre.
A verdade é que, se o boato do estupro de vulnerável fosse realmente verdadeiro, Cris Pereira já estava preso há muito tempo. Claro que, se isto acontecesse, o G1 iria soltar fogo pelas ventas para publicar a notícia primeiro que todos os outros portais. Mas as provas periciais realizadas pela vítima, pelo acusado e pela Justiça, que foram levadas a sério no primeiro julgamento e relegadas ao lixo no segundo, existem de que não houve quaisquer tipos de crimes. O G1 vai publicar isso? Óbvio que não!
O Grupo Globo, por si só, é destruidor de reputações e vocês sabem disso. Já destruiu, via Jornal Nacional, a reputação de Lula, a quem tem afagado desde que voltou à presidência, para fazer com que o povo elegesse Fernando Collor, hoje seu ex-afiliado em Alagoas. Já destruiu a reputação de Leonel Brizola, seu ferrenho adversário político, com quem teve as maiores desavenças que culminaram no célebre dia da leitura de seu direito de resposta na voz grave do saudoso Cid Moreira.
Já destruiu a reputação dos donos da Escola Base, afirmando, categoricamente, que houve lá dentro registros do mesmo crime que aquela mulher infernal diz que Cris Pereira cometeu. Tentou destruir internamente a reputação de Cláudia Raia quando esta, injustamente, foi acusada de contaminar Collor com AIDS por, supostamente, ter sido amante do mesmo, fazendo a atriz provar por A mais B, na Justiça, que isso era fake news.
Muita gente, extremistas inclusive, acha que o principal problema da Globo são as novelas pervertidas, a agenda identitária... que nada. O principal problema do Grupo Globo é o jornalismo porcamente feito, disfarçado de verdade. Eles próprios produzem provas contra si e depois vêm com editoriaizinhos de merda alegando que são "isentos" e "imparciais". A título de exemplo, sob o guarda-chuva do jornalismo da Rede Globo está o setor de esportes, cuja sanha de monopólio regressou e aumenta a cada vez que veem um concorrente à sua altura destroná-los de seu posto.
Conseguiram tirar a Fórmula 1 da Band porque a Band estava dando até 4 pontos de média e, pra uma emissora que desprezou o ciclo vital da F1 nas últimas quatro temporadas que transmitiu (2015-2019), o sucesso da Band nessa área, tratando a categoria de forma VIP, é inadmissível. Conseguiram tirar da ESPN Brasil boa parte das partidas da NFL, a principal categoria do futebol americano. Conseguiram 80% dos jogos do Campeonato Brasileiro de forma exclusiva por três temporadas consecutivas.
E agora, avançam num terreno onde a CazéTV, do streamer Casimiro Miguel, anda a passos agigantados. E, comprovando que a própria CazéTV não está sob seus domínios, fazendo cair por terra a teoria de que "ah, a CazéTV é da Globo", o Grupo Globo tentou contratar Luís Felipe Freitas para a sua geTV (e, após a recusa deste, desfalcando a TNT Sports contratando Jorge Iggor) e proibiu Casimiro de reagir aos gols dos jogos transmitidos pelo Grupo Globo em suas lives. Se isso não se configura como tentativa descarada de monopólio, eu não sei mais o que é, então.
Portanto, uma emissora cujo jornalismo tem, como principais objetivos, destruir reputações e criar monstros, não pode abrir a boca pra reclamar da perda de audiência, que, aliás, não é só um problema dela, como da TV aberta como um todo. E digo mais: o único lugar onde a Rede Globo, apesar de perder audiência, reina absoluta é o Rio de Janeiro. Não fosse a maldita enchente de 1966, o futuro da emissora seria bem diferente. E nós respiraríamos bem mais aliviados.