O problema não é só a chacina, é a cambada de vagabundos nos quais os fluminenses votam
Não há nada o que comemorar em uma operação policial que resultou na morte de mais de 120 pessoas. Há, contudo, que celebrar o fato de que, finalmente, muitos estão abrindo os olhos e vendo o quanto certas figuras e partidos são execráveis. Muita gente, inclusive da direita, aposta até que, sem Bolsonaro na disputa, Lula triunfe novamente em 2026, apesar da já avançadíssima idade. Eu duvido muito. Levando-se em consideração o que aconteceu ontem no Rio de Janeiro, ele não passa da 3ª posição ou pior. 
Ontem e hoje, vemos vários perfis, alguns ligados ao Comando Vermelho, facção que teve mais baixas na operação, e outros ligados a organizações ainda mais perigosas como PT, PSOL e afins defendendo a bandidagem, que foi a mais metralhada na operação, como se eles representassem “o povo preto e pobre” do Rio. Ora, associar bandido com preto e pobre é racismo dos mais grossos. E isso os políticos canalhas não veem.
O Rio parou. A mando das facções, várias vias foram fechadas, mercados foram saqueados e o tiroteio comeu solto em diversas favelas. Mas, para quem defende o atual governo federal e seus asseclas dentro da Câmara, do Senado e outras assembleias legislativas desonradas, o problema foi o Cláudio Castro e o BOPE terem executado a operação. Gente, podia ser pior: podia a própria facção fazer sua chacina de sempre tirando vidas inocentes como sempre fez e botar a culpa na polícia… como sempre fez.
E aliás, as facções criminosas são como a Medusa: corta-se uma cabeça e nascem duas no lugar. Tanto é verdade que, segundo a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), órgão ligado justamente ao governo federal, tanto o CV quanto o PCC negociam com as FARC e outros grupos colombianos a compra e o transporte de drogas pela chamada “rota do Solimões”. Mas, para Benedita da Silva (PT), que quando votou para derrubar Collor disse, em seu programa eleitoral para a prefeitura do Rio em 1992 que “honestidade tem cara”, o problema foram os 60 presuntos do CV. Concordo, honestidade tem cara, mas não é a da Benedita, graças a Deus. Até porque quem é honesto não passa pano pra facção nenhuma.
As facções criminosas são o câncer das favelas. Se elas não existissem, a favela venceria de verdade, porque o problema não existiria na prática. Mas, para Tarcísio Motta (PSOL), o Rio é um laboratório da direita porque a maioria dos políticos eleitos pelos fluminenses é da corja do PL, do MDB e aliados. Ele só se esqueceu de notar que, se o Rio fosse realmente um “laboratório da direita”, muitos do PSOL, incluindo ele próprio, não teriam sido eleitos diversas vezes para cargos legislativos. Ou Marielle era do PL?! Se fosse, não teria sido covardemente assassinada.
Espera… tem mais! Lindbergh Farias (PT), o “Lindinho” da Gleisi (e da lista da Odebrecht), alega que a PEC da Segurança “dá força a ações de inteligência e de integração dos diferentes órgãos de segurança da União, estados e municípios” e garante que, com a PEC, “a PF teria garantida sua atuação em ações contra organizações criminosas e milícias privadas (…) Essa operação deveria ter sido planejada e dialogada com o ministro da Justiça (…)”.
Lewandowski jamais aprovaria essa operação. Aliás, foi pedido até apoio da Marinha, mas José Múcio negou porque precisaria de GLO, e o Lula odeia GLO porque, na prática, a não-utilização da GLO protege suas facções favoritas. E piora: para o Grupo Globo, os mortos são suspeitos. Não se dão nem ao trabalho de pesquisar sobre os “suspeitos”. Aí adianta alguma coisa ter demitido a Daniela Lima pra continuar se comportando como um órgão de assessoria do governo federal. Corrigiram depois, mas a cagada já estava feita.
Ou seja: o ruim não foi ter acontecido o que acontece no Rio desde que o mundo é mundo. O ruim foi ter brotado do esgoto tanta gente medíocre, mesquinha, desalmada e sem coração passando pano pra turma do Oruam. Isso é que foi ruim. É esse tipo de gente na qual o Rio segue votando. O problema não é só elegerem o Cláudio Castro (que sim, é um dos piores, senão o pior governador que o estado fluminense já teve), mas também elegerem o Tarcísio, a Benedita, o Lindbergh… enfim, essa corja toda continuar sendo eleita a torto e a direito no Rio de Janeiro velho de guerra (literalmente).
