Foi bom Bolsonaro ser preso... o duro é aguentar a boiada mugindo
Depois de muito tempo praticando o abuso de autoridade disfarçado de decisões monocráticas, o Exc. Sr. Min. Alexandre de Moraes finalmente acertou em alguma coisa: Jair Bolsonaro é prisioneiro. Infelizmente, devido às limitações burocráticas deste país, o vagabundo não está encarcerado numa penitenciária, como estão, neste momento, as cabeças de gado que o ministro supracitado (sobre quem falaremos ainda neste artigo) considera como golpistas, quando, na verdade, o verdadeiro golpista é o próprio Bolsonaro.
O "Rei do Gado", no momento, vai ficar preso no conforto do lar. Sem quaisquer tipos de contato com o mundo, é verdade, mas vai ficar preso em casa. Só isso já é revoltante. Mas há, todavia, coisas tão revoltantes quanto. A boiada congressista mugiu. Os vagabundos que escancaradamente apoiam o falso patriota basicamente ocuparam os plenários do Congresso Nacional, com o intuito de avançar a anistia do 08/01, que poderia livrar seu próprio líder da cadeia, e o impeachment do ministro do STF em questão. E os presidentes da Câmara e do Senado tencionavam reunir os líderes das bancadas partidárias. Deveria ter reunido a Força Nacional.
Mas o mais revoltante de tudo isso é saber que os principais artífices desta operação, tão calhordas quanto Bolsonaro, ainda estão soltos, na ativa e no poder. Um é o Exc. Sr. Vagabundo Viajandão Luiz Inácio Lula da Silva, a quem a bezerrada esquerdista e alguns incautos por ele enganados outorgou mais um mísero mandato na presidência da República. Lula acha que, com seu arquirrival preso, ele vai conseguir ganhar de lambuja o 4º mandato que tanto almeja ou, quem sabe, seu(sua/se) indicado(a/e) poderá conseguir a presidência em 2026 com facilidade.
O que Lula se esquece, na prática, é que ele próprio não tem a ficha limpa desde 1989, quando tencionou, por vez primeira, ocupar o Palácio do Planalto. Óbvio que vai jogar todo o peso da máquina pública para tentar se fortalecer no poder, embora as pesquisas de opinião pública não lhe sejam tão favoráveis quanto em tempos passados, mas tanto o gado bolsonarista quanto nós, neutros, jamais esqueceremos o que ele fez (e ainda faz) no poder e o quanto seu mundinho particular (Gleisi, Janja, José Dirceu e tantos outros execráveis), sem cerimônia, o ajudou a quebrar nosso amado país.
E quanto ao Exc. Sr. Ministro Rasgador das Leis? Ora, há dois anos atrás, um cara chamado Matheus Klippert postou o áudio completo da reunião que ratificou o AI-5, em 13 de dezembro de 1968. A saber, mais de duas horas de endosso da ditadura. Na reunião em questão, participaram, entre outros vagabundos de igual importância, o general Costa e Silva, então ditador, o general Médici, seu sucessor, Delfim Netto, ministro da Economia, Magalhães Pinto, uma das velhas raposas da política mineira, e o general Augusto Rademaker, que, se fosse alçado em definitivo a presidência, seria ainda pior que Costa e Silva, Médici e Geisel juntos.
Enquanto Pedro Aleixo, vice-presidente civil, dava a ideia do cumprimento da Constituição:
- Rademaker incitou a repressão com desculpa de que haveria uma crise se não a houvesse;
- Magalhães Pinto endossou o apoio ao AI-5, achando que a ditadura era necessária;
- Delfim Netto apoiou o AI-5, dizendo que poderia se dar mais poderes ao general no poder;
- Ivo Arzua, ministro da Agricultura (e candidato a vice-prefeito de Curitiba em 1985 na chapa de Paulo Pimentel), achou que os militares foram pacientes até demais e que, se dependesse dele, seria mais violento;
- Jarbas Passarinho, ministro do Trabalho (e velha raposa da política do Pará), apoiou o AI-5 e a ditadura, mandando a consciência às favas;
- o brigadeiro Souza e Melo, ministro da Aeronáutica, achou que o AI-5 era adequado e conveniente ao momento;
- Costa Cavalcanti, ministro de Minas e Energia, tentou passar pano argumentando tipo: "Não precisamos pensar em ditadura, mas... se for o caso, baixe o AI-5, Sr. Presidente";
- Hélio Beltrão, ministro do Planejamento, apoiou o AI-5 com argumento esdrúxulo;
- Médici aprovou o AI-5, do qual usufruiria com mais tempo que Costa e Silva;
- Orlando Geisel, irmão de Ernesto e chefe do Estado Maior das Forças Armadas, alegou que, se o AI-5 não fosse aprovado, "amanhã vamos apanhar na cara, Sr. Presidente";
- Rondon Pacheco, ministro-chefe da Casa Civil, acusou membros do Congresso de serem contra a ditadura;
- Gama e Silva, ministro da Justiça, não acreditava que o AI-5 estabeleceria uma ditadura... ou seja, na visão do ministro, o AI-5 era um instrumento democrático;
- o próprio Costa e Silva alegou que o AI-5 era uma violência aos seus próprios princípios, mas achou que isto era de interesse nacional, e disse respeitar a opinião de Pedro Aleixo, justificando, todavia, o avanço na promulgação do ato, dizendo: "Que Deus não me convença amanhã de que ele é que estava certo".
E o que estes argumentos têm a ver com o Exc. Sr. Ministro Alexandre de Moraes? Tudo! O AI-5, na prática, tirava a liberdade política, a liberdade de pensamento e, principalmente, a liberdade de expressão do povo que fosse contrário aos ideais "revolucionários" da Ditadura. E o Exc. Sr. Ministro pratica exatamente o conteúdo do AI-5 a cada decisão monocrática que toma. Ou seja: não se pode falar um A contra o magistrado que... cadeia! Não se pode falar do péssimo comportamento político da esposa do presidente que... cadeia! Não se pode vandalizar o Planalto, o Congresso e o Supremo que... golpista merece cadeia!
Agora, roubar pode (principalmente se for político); estuprar, matar, esquartejar pode (Elize Matsunaga, Suzane Von Richtofen e o Maníaco do Parque estão soltos); fazer alusão e exaltação ao crime organizado, empunhando até armas contrabandeadas se preciso for, pode (Oruam e Poze do Rodo que o digam)... Quer dizer... se não falar mal do Exc. Sr. Ministro ou não contar piadas pesadas que, em tese, só fazem mal à cabeça de figuras que nos agridem à inteligência, o resto tá valendo!
Foi um gol de placa do Alexandre de Moraes ter mandado prender Bolsonaro, ainda que em prisão domiciliar. Está sendo uma bola fora atrás da outra, porém, a imunidade jurídica deste e a imunidade presidencial do Lula. A justiça segue sangrando.